quarta-feira, 30 de junho de 2010

BORBOLETA FERIDA

Vens de onde, oh! borboleta ferida
Será que vens de mundos estranhos?
Será então, que a tua asa dolorida
veio transformar os meus cansados sonhos?

Quem a machucou, quis tirar-te a vida...
Eu sei, pois esses teus pêlos estranhos
Fizeram marcas na terra escondida
E mares que modificaram sonhos.

Borboleta ferida sem diração
Dizes para mim se o teu coração,
Sente o mesmo amor que os lobos daqui?

Vou cuidar de ti, como uma semente
Pois sei que não conhece tanta gente...
Não tenhas medo, não vou te ferir.

PEDRAS DA CONSTRUÇÃO

Naqueel dia eu vi o chorar voraz
Das pedras tristes de uma construção,
Confudindo entre cantos e pardais
Inflamados com este mundo cão.

...E percebi que elas pediam paz,
Calma e silêncio em vez de confusão...
Mas louco na fama, o homem perfaz
Perdido num choro sem direção.

E naquele dia quando acordei
Do sonho da vida, só reparei
As ruas em chamas e nas fornalhas.

Tantas batidas e naquele pranto
Até ouvi o chorar da verdade, enquanto
O amor morria dentro das batalhas.